A Multiplicidade dos Mundos

“Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus,
de maneira que o visível não foi feito do que se vê”.
Hebreus 11:3

De acordo com as descobertas científicas, nosso universo é composto de bilhões de galáxias, que por sua vez, possuem trilhões de estrelas, das quais, presumivelmente, muitas são rodeadas por planetas.

A pergunta é inevitável: Estamos sós no Universo? Haveria vida em alguma outra parte além da Terra?

De acordo com a Bíblia, o homem não é a única raça a habitar esse imenso Cosmos. O relato de Jó 38:7 nos dá conta de que a criação da Terra foi assistida por uma legião de seres vivos, chamados ali por dois nomes: estrelas da alva e filhos de Deus (Heb.: bene-a-elohim).

Esses seres, popularizados pela cultura cristã como anjos, são anteriores ao homem. Não se tratam apenas de seres espirituais, mas que possuem uma estrutura fïsica. Suas frequentes aparições nas páginas da Bíblia comprovam isso. Eles comem, bebem, dormem, e se parecem tanto com seres humanos, que chegam a ser confundidos com eles.

As vezes também aparecem com vestes resplandecentes, e desaparecem subitamente.
Além disso, deslocam-se no espaço através de meio de transportes. Se fossem apenas seres espirituais, não precisariam disso.

São chamados de anjos por serem portadores de mensagens de Deus aos homens.

A cultura popular os pinta com asas e aureolas, fugindo completamente da realidade
apresentada nas Escrituras.

São frequentemente identificados como estrelas, e isso nos fornece uma pista de sua origem e habitat.

Formam os “exércitos celestiais”.

Muitos deles presidem mundos, são potestades nos lugares celestiais (espaço sideral).

Em seu habitat, não se reproduzem. Os mundos em que habitam estão devidamente preenchidos. Não sabemos ao certo se popularizaram seus mundos através da procriação, ou se foram criados já em um número definido.

Não estão sujeitos a morte, pois sua natureza está aperfeiçoada. O fato de serem “espíritos ministradores”, não implica em que eles não tenham existência física (Hb.1:14). O homem também é espírito, entretanto, possui corpo. Eles, porém, possuem a habilidade de desmaterializar-se. Seus corpos são compostos de energia sutil, que pode condensar-se, ou desmaterializar-se, tal como o corpo ressurrecto de Cristo, que embora pudesse ser tocado, era capaz de atravessar paredes e de comer.

Há uma diversidade de seres conhecidos como anjos. Entre eles, os querubins. Estes aparecem na Bíblia como seres alados, e com aparência híbrida (parte homem, parte animal). Eles são os protetores planetários, enquanto os arcanjos são os protetores das nações.

Querubins e Serafins são a mesma espécie de ser. Serafim diz respeito ao ser em si, enquanto Querubim pode referir-se a sua habilidade de locomoção aérea (Sl.18:10). São também chamados de “vigias”.

O termo “anjo” da língua portuguesa tem origem na palavra latina angelu, que por sua vez se deriva do termo aggelov (aggelos) do grego. Em hebraico, a palavra traduzida como anjo é K)lm (mal'ak). Esta palavra ocorre 214 vezes no Antigo Testamento, enquanto aggelos ocorre 188 vezes no Novo Testamento, sendo que ambas tem o significado de mensageiro, representante, enviado ou embaixador.

A Natureza Angelical

De acordo com as Escrituras, os anjos (malakim, plural de malak) são “espíritos ministradores”.[1] Sua principal função é servir a Deus, ministrando em favor daqueles que herdam a salvação. Portanto, eles estão ativamente envolvidos na história humana.

O fato de serem espíritos, não os impede de ostentarem corpos materiais. O homem também é espírito, entretanto, possui um corpo. Eles, porém, possuem a habilidade de desmaterializar-se, e tornarem-se invisíveis. Seus corpos são compostos de um tipo de energia sutil, capaz de condensar-se, ou desmaterializar-se. A evidência disso é que em suas aparições, podiam tocar e ser tocados, seus corpos eram capazes de processar alimentos sólidos, tal o corpo de Jesus após Sua ressurreição, já em Seu Corpo glorificado.[2]

De acordo com Jesus, os anjos são seres imortais:

"Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição". Lucas 20:35-36

Tal qual o homem, os anjos foram criados para serem imortais. Sua imortalidade se deve ao fato de serem participantes da natureza divina. Por isso, são também chamados de “filhos de Deus”.
São seres extremamente poderosos, dotados de poderes sobre-humanos. As Escrituras testificam que em comparação aos homens, eles são “maiores em força e poder” (2 Pe.2:11). Dentro da hierarquia da criação, o homem foi feito pouco menor do que os anjos (Sl.8:5). Entretanto Deus coroou a raça humana de glória e honra, escolhendo-a para ser recipiente de Sua majestade.

Embora possuam grande poder, os anjos não são onipotentes. E a prova disso é que um dos seus mais proeminentes representantes, Gabriel, necessitou de reforço em sua batalha contra uma potestade inimiga (ver Dn.10:12-13).

Tampouco são oniscientes (ver Mt.24:36), embora possuam conhecimento bem superior ao do homem.[3] Todavia, Deus escolheu a humanidade redimida (igreja), como meio pelo qual os anjos deveriam aprender acerca da multiforme sabedoria de Deus (Ef.3:10). Se fossem oniscientes, não precisariam aprender mais nada.

Como guardiões da humanidade, eles não apenas ministram, mas a observam atentamente, com o fim de aprender mais e mais acerca do Criador. Por isso são chamados de Vigilantes (no original, “aqueles que observam”)[4]. Segundo Pedro, há “coisas para as quais até os anjos desejam atentar” (1 Pe.1:12).

Eles também não possuem o atributo da onipresença. Não obstante, se deslocam com velocidade, saindo ao socorro daqueles que clamam a Deus.[5]

Geralmente, aparecem como seres de gênero masculino. Nas páginas sagradas, são freqüentemente chamados de varões. Entretanto, em uma única vez, aparecem como seres de gênero feminino.

“Então levantei os olhos, e olhei, e duas mulheres saíram, agitando o ar com as suas asas, pois tinham asas como as da cegonha, e levantaram o efa entre a terra e o céu.” Zacarias 5:9

Não há, portanto, razão para crermos que os anjos sejam seres assexuados.

Quando Jesus diz que seremos como anjos no céu, que não se casam, não estava afirmando a assexualidade angelical.[6] De fato, em seu habitat, os anjos não se unem matrimonialmente. Talvez por terem sido criados em um número já definido (Gn.2:1 e Sl.148:2-5), ou por já terem alcançado esse número em tempos remotos, e por isso, hoje, já não necessitem procriar. Mas isso não significa que não possuam algum tipo de diferenciação sexual.

A Criação dos anjos

Os anjos foram criados por Deus antes mesmo da criação da Terra e do homem:

"Depois disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo: Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás. Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam? Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre; Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa? Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos, e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?" Jó 38:1-11

O habitat angelical

Todos concordam que o habitat dos anjos é o céu. Mas o que entendemos por “céu”? A Bíblia diz que Deus habita no céu dos céus. Em outras palavras, a habitação divina transcende o universo. Ainda que percorrêssemos o universo de ponta a ponta, jamais encontraríamos a morada do Altíssimo. Mas o mesmo não se poderia dizer dos anjos. Os antigos referiam-se ao firmamento quando falavam do céu.

De acordo com as Escrituras, os anjos são em número de “milhões de milhões”(lit.“trilhões”). Desses, “milhares de milhares”(milhões) o serviam” enquanto “milhões de milhões assistiam diante dele”(Dn.7:10; ver também Apocalipse 5:11-12). A impressão que temos é que há um tipo de escala de turnos entre eles, como acontecia entre os sacerdotes levíticos, que se alternavam no serviço do tabernáculo. Os que estão em serviço, ministram aos homens na Terra. E os que simplesmente assistem diante d’Ele? Onde estarão? Qual seria seu habitat?

Não há razão para duvidar que esses trilhões de seres estejam espalhados pelo Universo, nos inúmeros mundos que Deus fez. “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hebreus 11:3). Deus não teria criados tantos mundos em vão.

Se admitirmos que tais seres possuam uma existência física, por inferência, teremos que supor que seu habitat também seja de ordem material.

[1] Hebreus 1:14 - "Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?"
[2] "(1) E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra...(3) E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram...(10) Aqueles homens porém estenderam as suas mãos e fizeram entrar a Ló consigo na casa, e fecharam a porta;" (Gênesis 19:1,3,10)
[3] "Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias". (Daniel 10:14)
"E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres". (Apocalipse 17:7).
[4] Dn.4:13, 17, 23
[5] "Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?" (Mateus 26:53)
[6] "Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu". (Mateus 22:30 ACF)

Rebelião nas Hostes Celestes

“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados”. Gênesis 2:1

“Então olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e o número deles era milhões de milhões e milhares de milhares (...) Então ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder para todo o sempre”. Apocalipse 5:11,13

“Eu continuei olhando, até que forma postos uns tronos, e um Ancião de Deias se assentou. A sua veste era branca como a nerve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima. O seu trono era de chamas de fogo, com rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele. Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele”. Daniel 7:9-10a

Há incontáveis hostes celestiais espalhadas pelo Universo, que com suas respectivas civilizações, vivem para Deus, servindo-o incessantemente. Estas formam a “assembléia universal (cósmica)” (Hb.12:23). Cada uma dessas civilizações tem sua representação junto a Deus; um príncipe angelical, um Querubim. Ao redor do Trono está a Congregação dos Poderosos (Sl.89:6-7). É o próprio Deus quem “preside a grande congregação; julga no meio dos deuses” (Sl.82:1).

Tudo corria bem, até que um desses príncipes resolveu rebelar-se, convencendo parte dos anjos a participarem de sua conspiração contra o Senhor. Somente os “anjos eleitos”[1] não tomaram parte dessa rebelião.

Helel Ben Ashar[2] foi o Querubim que capitaneou a revolta. Na verdade, esse não é um nome próprio, mas tão-somente uma designação. Muitos nomes são dados a esse querubim, entre eles, Samael, Semyaza, e outros.

É plausível supor que a designação Helel Ben Ashar seja um nome genérico que associa Satanás ao seu habitat, assim como a Bíblia se refere várias vezes à humanidade como “Terra”. “Estrela da Manhã” ou literalmente “Filho da Alva” pode referir-se a algum astro, que podia ser visto da Terra durante a alva. Muitos crêem tratar-se de Vênus, por sua aparição no horizonte ao amanhecer.

Mas temos razões que demonstraremos a seguir, para crer que se tratava de outro astro do Sistema Solar, que fora destruído pelo juízo divino.

Vejamos o que as Escrituras dizem sobre isso:

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!” (Is.14:12).

Repare que o texto é claro ao afirmar que a tal estreja da manhã caiu do céu. Entretanto, Vênus continua em sua órbita normal. Além de Vênus, outros planetas surgem durante a Aurora, dependendo de sua posição em relação a Terra, em algum período do ano. Será que algum planeta de nosso sistema foi destruído?

Entre os planetas Marte e Júpiter há o Cinturão de Asteróides. Muitos astrônomos crêem que esse cinturão seja o resultado da explosão de um enorme planeta. Se de fato houve ali um planeta, em algum momento, ele fora avistado da terra como uma estrela matutina. A existência desse planeta é evidenciada em escritos sumérios e babilônios, que o chamavam de Tiamat.[3]
Aquele planeta era o habitat daquela civilização que rebelou-se contra o seu Criador, e ainda induziu a terça parte das estrelas do céu a participarem de sua conspiração.

Vejamos o que diz o texto em Apocalipse:

“Viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo para dar à luz” (Ap.12:1-2).

Antes de abordarmos a rebelião na continuação desta passagem, convém discorrer sobre a identidade dessa misteriosa mulher. Há muitas interpretações possíveis, e algumas delas são plausíveis. Essa mulher não é a Virgem Maria, como insistem os teólogos católicos. Ela porém pode tipificar a igreja de Deus. Entretanto, há uma interpretação mais abrangente que podemos fazer. Veja que ela está “vestida do sol”. Ela pode representar o sistema solar. E a coroa de doze estrelas que ela traz em sua cabeça são os doze astros que orbitavam o sol originalmente. A palavra “planeta” significa literalmente “estrela errante”. Eram chamados assim por aparecerem nos céus em pontos diferentes, em vez de aparecerem sempre nos mesmos pontos, como as estrelas fixas.

Temos razões para crer que originalmente, o sistema solar era formado por doze planetas, e não apenas os que hoje conhecemos.

O que houve para que só restassem oito dos planetas originais? (Lembrando que Plutão foi rebaixado a planeta anão).

Vamos continuar nossa investigação. O texto prossegue:

“Viu-se também outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. A sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra” (Ap.12:3-4a).

Ora, se eram 12 planetas originais, e a cauda do dragão arrastou a terça parte (4 planetas), isso explicaria porque só restaram 8.

Além do Cinturão de Asteróides, há outro Cinturão que fica nas extremidades do sistema solar, e é conhecido como Cinturão de Kuiper. Se nossa teoria estiver certa, esse cinturão também é fruto do juízo divino sobre um planeta rebelde. Esses dois planetas podem ser identificados na cosmologia bíblica como Raabe (leviatã e Tiamat) e Behemoth. Se o planeta que havia entre Júpiter e Marte tivesse uma órbita parecida com a de Plutão, é plausível crer que possa ter ocorrido uma colisão entre esses dois planetas (Raabe e Behemoth).

Sobre Raabe, também conhecida como Leviatã, ou simplesmente como Serpente, as Escrituras dizem:

“As colunas do céu tremem, e se espantam da sua ameaça. Com a sua força fendeu o mar; com o seu entendimento abateu a Raabe. Pelo seu sopro os céus se aclararam; a sua mão trespassou a serpente veloz. E isto são apenas as orlas dos seus caminhos; quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem entenderia o trovão do seu poder?” (Jó 26:11-14).

“Pois quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos dos poderosos? Deus é tremendo temido na assembléia dos santos; grandemente reverenciado por todos os que o cercam (...) Tu quebrantaste a Raabe como um ferido de morte; espalhaste os teus inimigos com o teu poderoso braço. Teus são os céus, e tua é a terra” (Sl.89:6-7,10-11a).

A expressão “espalhaste os teus inimigos” pode referir-se à destruição daquele planeta, que tornou-se num monte de escombros (asteróides).

“Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigúidade, operando a salvação no meio da terra. Tu dividiste o mar pela tua força; quebraste as cabeças dos monstros nas águas. Fizeste em pedaços as cabeças do Leviatã, e o deste por alimento aos animais do deserto” (Sl.74:12-14).

“Fizeste em pedaços as cabeças do Leviatã” pode significar a mesma coisa: a redução daquele planeta a escombros.

“Naquele dia o Senhor castigará com a sua espada, a sua grande e forte espada, o Leviatã, a serpente veloz, e o Leviatã, a serpente deslizante, e matará o dragão que está no mar” (Is.27:1).

“Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-O, todos os seus exércitos celestiais. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus” (Sl.148:2-4).

É interessante notar que o cinturão de Kiuper é formado por milhões de pedaços de gelo, e gelo nada mais é do que água em estado sólido. Seriam essas as “águas que estão sobre os céus”, onde habitava o Leviatã?

“Desperta, desperta! Veste-te de força, ó braço do Senhor; desperta como nos dias passados, como nas gerações antigas. Não foste tu que cortates em pedaços a Raabe, e trespassastes ao dragão?” (Is.51:9).

Mais uma vez nos deparamos com a mesma verdade. Raabe foi “cortada em pedaços”. Nada restou daquele planeta rebelde.

Raabe, Leviatã, Dragão, ou simplesmente “a antiga serpente” são exatamente a mesma coisa.
A Saga dos planetas é recapitulada por Israel, e, finalmente, recapitulada pela Igreja de Cristo. Por isso, as doze estrelas também representam as doze tribos de Israel, ao mesmo tempo em que podem representar os doze apóstolos. Assim também, o dragão pode representar o Egito na história de Israel, Roma na História da Igreja, e o planeta rebelde na História Cósmica.

A cauda do dragão pode referir-se à sedução de Satanás, ao arrebanhar a terça parte das hostes celestiais. Ele as lançou sobre a Terra. O que significa isso?

Satanás consegiu convencer parte das hostes a deixarem seu domicílio (seu planeta de origem), em uma expedição à Terra, com o fim de macular a raça humana, e assim, impedir o nascimento do Messias, que viria a esse planeta redimir toda a criação afetada pela rebelião. Tal acontecimento encontrou eco através de Faraó na História de Israel, e de Herodes na História da Igreja.

O texto diz que “o dragão parou diante da mulher que estava prestes a dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho” (Ap.12:4b). E de que maneira isso seria possível? Maculando a extirpe humana. Um plano foi engendrado. Satanás convenceu algumas civilizações a enviarem representantes a terra para ensinarem ao homens todo tipo de ciência, e copularem com mulheres, a fim de poluírem o sangue humano, e assim, inviabilizar a vinda d’Aquele que redimiria o Universo.

O que acabamos de apresentar não é fruto da nossa imaginação. Tal fato está narrado nas Escrituras. Judas fala dos “anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação”(Jd.6). Assim como Sodoma e Gomorra, esses anjos se prostituíram, indo “após outra carne” (v.7).

De acordo com a narrativa de Gênesis, “como os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus (bene-a-Elohim=anjos) que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram (...) Havia naqueles dias gigantes (Nefilins=seres que caíram) na terra, e também depois (após o episódio do Dilúvio), quando os filhos de Deus conehceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houve na antigüidade”(Gn.6:1-2,4).

Talvez aqueles anjos não soubessem em que estavam se metendo. Mas serviam ao propósito funesto do Dragão. Seu erro começou quando deixaram seu domicílio. Satanás deve ter prometido que eles conquistariam o universo. Que seu destino era dominar toda a criação. Foram seduzidos pela vaidade de Satanás, que dizia em seu coração:

“Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono (...) Serei semelhante ao Altíssimo” (Is.14:13a,14b).

Satanás não deu ouvidos à advertência do Senhor: “Embora te eleves como águia, e ponhas o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o Senhor” (Ob.1:4).

Aquele que fora criado para ser o Querubim, o protetor de todas as estrelas do Sistema Solar, tornou-se o usurpador do Trono Divino.

“Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; estavas no monte santo de Deus (Planeta escolhido por Deus= Terra?), andavas entre as pedras afogueadas (planetas, estrelas). Perfeito eras nos teus caminhos (órbita), desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas (planetas). Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor. Por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que contemplem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários. Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível e não mais existirás”(Ez.28:14-19).

Quanta informação importante nesta passagem!

Satanás era o Guardião do nosso Sistema Solar. Ele tinha trânsito entre as diversas civilizações planetárias (pedras afogueadas). Aproveitou-se de sua influência para estabelecer um próspero comércio entre elas. O que um planeta produzia, era vendido a outro. Mas certamente o principal produto do seu comércio era o conhecimento. E mais: comercializava-se almas (Ap.18:13).

Quando enviou anjos a Terra, foi para aumentar ainda mais o seu comércio, e arregimentar mais uma civilização em sua rebelião contra Deus. O castigo que ele recebeu foi ser derrubado. Seu domicílio foi destruído. Um fogo saiu de dentro dele e o consumiu. Quando diz que ele chegara a um fim horrível, e que não mais existiria, está se referindo ao seu habitat, e não propriamente a ele. Apocalipse concorda com isso, quando afirma que “o seu lugar não se achou mais nos céus” (Ap.12:8).

Houve guerra no céu. Miguel e os seus anjos lutaram heroicamente contra o Dragão e seus aliados. O seu mundo foi reduzido a nada. E o dragão e seus comparsas foram lançados na Terra. Não vieram em uma expedição como anteriormente, mas expulsos de seu domicílio, para o qual jamais retornará novamente. Jesus testificou esse tragico acontecimento, quando dissse: “Eu vi Satanás, como raio, cair do céu” (Lc.10:18).

Ao chegar a Terra, Satanás teve suas fileiras aumentadas pelos espíritos daqueles que nasceram da união entre os anjos e as mulheres.

Os anjos que coabitaram com elas foram encerrados em prisões no abismo (espaço interestelar). Mas os seus filhos juraram devoção completa ao Dragão.

Essa prole híbrida foi amaldiçoada por Deus, e destruída no Dilúvio. O remanescente foi completamente extirpado da Terra através de Davi e seus valentes.

Entretanto, seus espíritos se tornaram os demônios com os quais a raça humana teria que conviver até o Juízo Final.

Ao anunciar o destino horrível da raça híbrida e dos anjos que a produziram, o Senhor diz: “A descendência dos malignos não será nomeada para sempre. Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem e possuam a terra, e encham o mundo de cidades” (Is.14:21).

Isaías fala sobre os Nefilins, quando diz: “Ó Senhor nosso Deus, outros senhores têm tido domínio sobre nós, mas, por ti só, nos lembramos do teu nome. Morrendo eles, não tornaraão a viver; falecendo, não ressuscitarão. Tu os castigaste e destruíste, e apagaste toda a sua memória”(Is.26:13-14).

Somente os homens ressuscitarão. Esses seres não são humanos. São bastardos. São frutos de uma rebelião contra a ordem constituída por Deus.

Satanás, agora, é o príncipe das potestades aéreas. Ele está proibido de colocar seus pés em terra. Ele fora lançado profano fora do mundo de Deus, e seu lugar são as regiões celestiais, “entre pedras afogueadas”. Entretanto, seus fiéis aceclas, os demônios, filhos dos anjos caídos, são os seus representantes, trabalhando para destruir a humanidade.

Quanto aos anjos que se rebelaram, Deus “os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”(2 Pe.2:4).

Esses seres caídos estão aprisionados no espaço exterior. Seu domicílio foi destruído por Deus. Satanás e seus anjos serão soltos quando Deus lhes der permissão para descer à Terra novamente. Estão proibidos de estabelecer contato direto com os homens. Por isso, o fazem através dos demônios, seus mediadores.

O planeta em que Satanás e seus anjos viviam foi destruído. Sua órbita era perfeita, e passava pelos planetas do sistema solar. É disso que Ezequiel fala: “Andavas entre as pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (Ez.28:14b-15).

Foi através do sacrifício de Cristo na Cruz, que os principados e as potestades foram despojados. Antes da Cruz, eles eram os deuses das nações. Exerciam poderes quase ilimitados sobre os homens. Mas a morte de Cristo, e a Sua ressurreição e ascensão, fez com que tais principados fossem destronados, e Satanás perdesse definitivamente seu assento na Corte Celestial, onde acusava os homens dia e noite.

Com o despojamento dos príncipes celestiais, uma nova corte foi formada no Céu. Os justos aperfeioados, juntamente com os anjos eleitos, formam o Novo Céu, a assembléia universal dos santos, a congregação dos poderosos, a Jerusalém Celestial.

[1] 1 Tm.5:21
[2] Traduzido para o latim como Lúcifer (filho da aurora ou estrela d’alva).
[3] Theia é o nome dado ao planeta que, de acordo com a teoria do Big Splash, colidiu com a Terra num impacto que deu origem à Lua.