Nefilins na Era Apostólica

O que vamos expor aqui poderá suscitar muitas discussões.
Antes de tudo, devo confessar que nossa posição escatológica é pós-milenista. O que significa dizer que cremos que o Milênio de que fala o livro de Apocalipse já está em andamento, desde que Jesus foi assunto ao céu, e que a boa parte das profecias encontradas naquele livro já foram cumpridas. Cremos também o sermão profético encontrado em Mateus 24 e em Lucas 17 e 21 foi cumprido ainda naquela geração, conforme previu Jesus. Nessas passagens, Jesus não estava falando sobre Seu retorno glorioso à Terra, como muitos interpretam, e sim sobre Sua vinda em juízo sobre Jerusalém.
No que concerne ao assunto que temos explorado neste estudo, o que chama nossa atenção no sermão profético de Jesus é o texto que diz:

“Como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebia, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e consumiu a todos. A mesma coisa aconteceu nos dias de Ló. Comiam, bebiam, comprovam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos” (Lc. 17:26-29).

É claro que os discípulos estavam familiarizados com textos como os de Enoque, que relatavam com detalhes o que acontecia nos dias de Noé, e também nos dias de Ló. Eles sabiam exatamente do que Jesus estava falando. Por isso, o Mestre não Se preocupou em dar detalhes.

O que tem de extraordinário no fato dos contemporâneos de Noé comerem, beberem, casarem-se, darem-se em casamento? Absolutamente nada. A menos que tais coisas estivessem sendo protagonizadas por outros seres, além dos humanos. Pois é disso que fala Gênesis 6.

O capítulo que narrava o prenúncio do Dilúvio, começa narrando o casamento entre anjos e mulheres. Nos dias de Ló aconteceram coisas semelhantes. A ponto de Ló ter que intervir no assédio sexual sofrido pelos anjos que visitavam sua cidade, anunciando o juízo iminente. Esse texto nos informa que tais anjos misturaram-se de tal maneira à raça humana, que já participavam de todas as atividades cotidianas deles, como comprar, vender, edificar. Não será isso uma resposta ao mistério que envolve grandes construções do passado, como as pirâmides?
As predições de Cristo apontavam para um futuro bem próximo. Tanto que Ele mesmo garantiu:

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt.24:34).

No ano 70 d.C., Jerusalém sucumbiu sob a investida de Tito, general Romano, filho do Imperador Vespasiano, que mais tarde tornou-se seu sucessor. Os discípulos de Jesus só escaparam por terem atendido ao apelo de Cristo, de fugirem ao menor sinal de que estava próximo o juízo de Deus sobre Israel. “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabereis que é chegada a sua desolação. Então os que estiverem na Judéia, fujam para os montes, os que estiverem no meio da cidade, saiam, e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Pois dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas” (Lc.21:20-22).

Naqueles dias, a Igreja de Cristo sofreu o assédio dos Nefilins.

Foram tempos semelhantes aos dias de Noé e de Ló. Os Nefilins se introduziram no seio da igreja como “falsos profetas”, introduzindo “encobertamente heresias destruidoras”. “Para eles”, afirma Pedro, “o juízo lavrado há longo tempo não tarda,e a sua destruição não dorme. Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; se não poupou o mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; se condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; e se livrou o justo Ló, atribulado pela vida dissoluta daqueles perversos (...) assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados. Deus castigará especialmente aqueles que segundo a caRne andam em imundas concupiscências, e desprezam as autoridades. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades, enquanto que os anjos, embora maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção. Receberão a paga da injustiça. Tais homens têm prazer na luxúria à luz do dia. São nódeas e máculas, deleitando-se em suas mistificações, quando se banqueteiam convosco. Têm olhos cheios de adultério, e são insaciáveis no pecado; engodam as almas inconstantes; têm um coração exercitado na ganância, são filhos da maldição! (...) Estão são fontes sem água, névoas impelidas pela tempestade, para os quais está reservada a escuridão das trevas eternamente” (2 Pe.2:1-17).

A conexão entre o que Jesus falou sobre os dias de Noé e de Ló e o que Pedro está dizendo em sua epístola é óbvia. Tanto para Pedro, quanto para os demais apóstolos, aqueles eram os últimos dias de que Jesus havia falado. Não os últimos dias do planeta Terra, mas os últimos dias de Israel como povo de Deus.

Temos fortes razões pra acreditar que houve infiltração dos anjos caídos no seio da Igreja. São eles que Pedro chama de “filhos da maldição”. Por isso Paulo advertiu: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema” (Gl.1:8). Paulo manifesta sua preocupação também aos coríntios: “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Pois se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais (...) E não é de admirar, pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transformem em ministros da justiça” (2 Co.11:3-4,14-15a).

Qual seria mais fácil para Satanás, transfigurar-se em anjo de luz, ou fazer com que seus ministros (anjos caídos) se transfigurassem em ministros de Deus? Convém lembrar a definição que Hebreus dá para os anjos de Deus: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb.1:14).

Na última hora, porém, esses ministros de araque se revelaram. João fala sobre isso:

“Filhinhos, esta é a última hora; e como ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Saíram de nosso meio, mas não eram dos nossos. Pois se tivessem sido dos nossos, teriam ficado conosco; mas isto é para que se manifeste que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo.2:18-19).

Eles não apenas se infiltraram na igreja, como também estavam “casando-se” e “dando-se em casamento”. Razão pela qual Paulo exortou aos crentes a que não se pusessem em jugo desigual com os infiéis (2 Co.6:14).

Talvez, tenha sido devido à infiltração dos anjos no seio da Igreja, que Paulo advertiu que as mulheres cobrissem suas cabeças com véu. Tertuliano interpretou isso como uma maneira de não tentar os anjos (1 Co.11:10).

Paulo se viu obrigado a combater o culto que muitos estavam prestando inadvertidamente aos anjos (Col.2:18).

Eram, como havia previsto Jesus, dias como os de Noé e Ló. Assim como no início, anjos caídos estavam tentando poluir a nova humanidade com sua semente maligna. Judas os denuncia:

“Pois certos homens se introduziram com dissimulação, os quais desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo (...) E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas, na escuridão, para o juízo do grande dia. Assim também Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas que, havendo-se prostituído como aqueles, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Contudo, smelhantemente estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda a autoridade, e blasfemam das dignidades (...) Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco sem nenhum recato; pastores que se apascentam a si mesmos. São nuvens sem água, levadas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidos e desarraigadas, duplamente mortas. São ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido eternamente reservada a escuridão das trevas. Concernentes a estes profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão: Vede, o Senhor vem com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos, e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram. Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas concupiscências, cuja boca diz coisas muito arrogantes, bajulando as pessoas por motivos interesseiros. (...) São estes que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito” (Jd.4-8,12-16,19).

Judas cita o Livro de Enoque, conferindo-lhe status de Escrituras. Ele diz que Enoque profetiza concernentes àqueles de quem acabara de escrever. No texto original de Enoque, capítulo II lemos: “Eis. Eis que Ele chega com dez mil de seus santos, para julgar todas as criaturas, para destruir a raça dos maus, e reprovar toda carne pelos crimes que o pecador e o ímpio cometeram contra Ele”. O que em nossa Bíblia foi traduzido como “todos os ímpios”, o texto em que está baseado o texto de Judas diz “raça dos maus”, um clara alusão aos Nefilins.

Outro paralelo interessante, é o fato de Judas referir-se a esses falsos mestre como “nuvens sem água”. Enoque diz que “os espíritos dos gigantes serão como as nuvens que trazem à terra os flagelos de toda espécie, a pese, a guerra, a fome” (Cap.14:9).

Em Enoque os Nefilins aparecem como “estrelas” “que transgrediram os mandamentos do Altíssimo Deus” (20:3). Judas os chama de “estrelas errantes”.

Tanto Judas, quanto Pedro apresentam paralelos incríveis entre os fatos ocorridos em seu tempo, e as predições feitas por Cristo, traçando conexões com os dias de Noé e Ló.
Até Pedro foi confundido com um anjo, ao ser solto da prisão, e apresentar-se onde a igreja estava reunida.

Retomando as predições de Jesus, lemos: “Digo-vos que naquela noite (momento de trevas), estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e a outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado,e o outro será deixado” (Lc.17:34-36). Essa passagem tem sido mal interpretada por aqueles que acreditam que ela trate do ‘arrebatamento’ da igreja. Lembre-se que tudo quanto Jesus predisse, deveria ocorrer ainda naquela geração (num prazo de 40 anos!). A grande apostasia na igreja, a grande tribulação, a vinda de Cristo em juízo sobre Israel, foram fatos ocorridos ainda naqueles dias. Quando falamos em “vinda” de Cristo, estamos nos referindo à manifestação de Seu juízo.Então, o que esse texto quer dizer com “duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e a outra será deixada”?

O verbo “tomar” é encontrado em um outro texto de nosso interesse neste estudo. Releia Gênesis 6: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Em sua advertência a Timóteo, Paulo diz que “nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também destes. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências” (2 Tm.3:1-6).

A Igreja de Cristo emerge no meio de um cenário caótico.

Os judeus, contemporâneos de Jesus, haviam se associado ao poder romano, submetendo-se cegamente a César, e ao rei edomita que ele nomeou para a Judéia, a saber, Herodes.
Entre os muitos atributos dados por João Batista e principalmente por Jesus àquela geração, estavam: raça de víboras (Mt.3:7; 12:32; 23:33), geração má e adúltera (Mt.12:39), geração incrédula e perversa (Mt.17:17), geração maligna (Lc.11:29); e por Paulo: geração corrompida (Fp.2:15).

O poço do abismo foi aberto sobre aquela geração. Ela tornou-se numa geração possessa de demônios. Os Nefilins se apoderaram de sua última fronteira: os filhos de Israel. Invadiram a herança do Senhor.

Essa possessão, embora fosse bem diferente dos “casamentos” ocorridos durante os dias de Noé, representou uma espécie de adultério espiritual, que produziu verdadeiros “filhos do diabo” (Jo.8:44). A religião judaica tornou-se “sinagoga de Satanás” (Ap.3:9). Fariseus e Saduceus eram como os dois chifres da besta que emergiu da terra (Ap.13:11).

Jesus asseverou: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas. Pois como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se arrependeram com a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. A rainha do Sul se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos buscando repouso, mas não o encontra. Então diz: Voltarei para minha casa de onde saí. E, voltando acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espírito piores do que ele e, entrando, habitam ali. E são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má” (Mt.12:39-45).

Durante o ministério terreno de Jesus, a casa foi arrumada. Demônios foram expelidos. Pessoas foram libertas de sua atuação. Mas quando Israel rejeitou o Messias, aqueles mesmos demônios, que se organizavam em legiões, retornaram com força total.

Como Jesus havia predito, Jerusalém, a cidade adúltera, chamada em Apocalipse de “a grande Babilônia”, tornou-se “morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo” (Ap.18:2).
Aquela geração era fruto do adultério entre Israel e as nações da Terra (Ez.23:14-21,,29-30,35). O profeta Oséias chega a dizer que “o espírito da prostituição está no meio deles, e não conhecem ao Senhor (...) Foram infiéis ao Senhor; geraram filhos bastardos (...) Não te alegres, ó Israel, até saltar, como os outros povos. Porque te foste do teu Deus como uma meretriz” (Os.5:4,7; 9:1).

Foi nesse cenário que a igreja de Cristo emergiu, como “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração perversa” (Fp.2:15).

2 comentários:

`Parque Hitsujiyama disse...

Caro irmão, existe ainda os negociáveis, voce já viu no livro de Enoch?
Não existem só os Nefelins maus, que eram os filhos dos anjos caídos da cupula,(entre os 200), existiram os anjos que foram envolvidos porem foram aceitos e suas gerações seriam negociadas no fim. Veja lá no livro de Enoch Haviam outros cujos nomes eram de terminaçao "elins" A HBO está passando uma série sobre anjos Caídos, são quatro filmes!

Anônimo disse...

Achamos o post muito interessante e gostaríamos de parabenizar o autor/autores do blog pelo excelente post e ter nos dado a oportunidade de comentar aqui! Com certeza a existência dos nefilins foi um fato real e literal, e não simbólico como muitos cristãos e não cristãos argumentam e refutam! Li artigos e assisti vídeos que falam justamente sobre o tema deste post e resolvi com partilhar. Caso desejem conferir eles se encontram aqui:
https://aeraperdidadosgigantes.blogspot.com.br/2018/03/a-verdadeira-historia-dos-gigantes.html

Se desejarem, olhem esses artigos, todos tratam deste assunto:

E Haviam Gigantes na Terra
Este post mostra uma visão diferente da tradicional mas que nos faz pensar fora da caixa. Vale á pena conferir.
https://aeraperdidadosgigantes.blogspot.com.br/2018/03/e-haviam-gigantes-na-terra.html

A verdadeira, história dos Gigantes
https://aeraperdidadosgigantes.blogspot.com.br/2018/03/a-verdadeira-historia-dos-gigantes.html

Um blog muito interessante que só fala sobre gigantes
https://aeraperdidadosgigantes.blogspot.com.br/

Conspiração nefilim
Um vídeo que mostra eviências de gigantes em difentes lugares do mundo com provas físicas e científicas. Muito interessante o vídeo. https://www.dailymotion.com/video/x6bvulx

O Livro banido de Enoque
Um vídeo que fala a história do livro de Enoque, seus registros e o porque dele ter sido banido.
https://www.dailymotion.com/video/x62q197

Um abraço a todos, e mais uma vez, parabéns aos autores do blog!